15/04/2014

Mark Milligan e James Troisi Vs Guangzhou (Melbourne Victory 2-0 Guangzhou Evergrande)

Mark Milligan

À partida este seria um jogo que o Guangzhou, treinado por Marcelo Lippi, dominaria e saía vitorioso, mas o clube Chinês foi à Austrália ser derrotado pelo Melbourne Victory na Champions League Asiática.
O Melbourne começou logo a mostrar serviço e marcou aos 2 minutos por intermédio de Milligan, tendo já no último minuto do encontro estabelecido o resultado final por intermédio de Troisi. Do lado do Guangzhou faltava o verdadeiro craque e coqueluche da equipa Alessandro Diamanti, mas Elkeson e Muriqui fizeram-se notar pela ginga e qualidade técnica Brasileira, que esbarrou num "muro" chamado Nathan Coe - guarda-redes de 29 anos do Victory que protagonizou 4 defesas de grande nível.

Mark Milligan
É sem dúvida o melhor jogador do campeonato Australiano. Capitão de equipa, jogou a médio defensivo no 4-2-3-1 de Kevin Muscat, tornando-se um interior quando em posse de bola. Sendo a referência na 1ª fase de construção de jogo (quando esta existiu), sabe sair a jogar e tem qualidade técnica nos dribles e passes, curtos (por poucas vezes acertou no passe longo, mas ainda deu o mote para o 2º golo através deste argumento). É um jogador inteligente, algo notável no sentido e orientação posicional e na visão periférica de jogo, que se torna decisiva no timing utilizado nos seus tackles, dribles ou passes ao primeiro toque. No desarme é concentrado, forte e preciso (cometeu 2 faltas em 90' - uma das quais por tocar com a mão na bola, que resultou na advertência com cartão amarelo).
Marcou aos 2 minutos ao ganhar a bola com perspicácia e depois de um sprint em ruptura pela defesa Chinesa, tocou à saída do guardião para o fundo da baliza.

Milligan goza de grande estatuto na Austrália. É capitão do Melbourne, tem várias internacionalizações pela Austrália, jogou na China (Shanghai Shenhua) e no Japão (JEF United Chiba) e nos Jogos Olímpicos'2008 de Pequim chamou a atenção a vários clubes Europeus, de onde surgiram rumores de que o FC Porto estaria interessado na sua contratação. Com 28 anos ainda está a tempo de saltar para a Europa e até poderá estar no melhor da sua maturidade para tal acontecer.

James Troisi
Emprestado pela Atalanta, é um número 10 a ser apreciado pelos admiradores desta posição cada vez mais em decadência. Criativo e imaginativo, vagabundeou por onde a bola andava no meio-campo ofensivo Australiano. Prefere o passe ao remate, mesmo em zonas de finalização, o que faz com que seja o homem do último passe. É muito forte tecnicamente, não sendo virtuoso contudo, e peca por ser algo lento.
Marcou o último golo do encontro aproveitando um bom passe de Paige dentro da área para finalizar com sobriedade a curta distância do guarda-redes do Guangzhou.

Troisi, 25 anos, é formado no Newcastle, esteve na Turquia a representar o Genclerbirligli e o Kayserispor e em 2012 assinou pela Juventus. Daí saiu para a Atalanta a troco de 1,760 milhões de Euros em co-propriedade poucos dias depois. Em Bergamo jogou 6 jogos e foi emprestado em Setembro passado ao Melbourne Victory onde deverá ter o trampolim certo para o colocar no Mundial'2014.

James Troisi

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04/04/2014

Iliass Bel Hassani Vs Feyenoord (Heracles 1-2 Feyenoord)



Num jogo em que se esperava que o Feyenoord fosse a Almelo arrecadar uma vitória confortável contra os 10º classificados da Eredivisie, houve a confirmação da vitória dos visitantes, mas esta, foi uma vitória suada e em pouco merecida.
Do lado caseiro, Remko Pasveer mostrou-se como um guarda-redes seguro, talentoso a sair aos cruzamentos e bom a jogar com os pés (encontra uma descrição da exibição do guardião em O Mundo dos Guarda-Redes), Koenders, um lateral direito com técnica, e Bel Hassani, jogador que vai merecer o destaque devido nas próximas linhas. Do lado do Feyenoord, destaque para Bruno Martins Indi, central imperial no jogo aéreo, Clasie e Vilhena no meio-campo e o autor de um dos golos, Mitchell te Vrede, um ponta de lança com grande presença na área (ainda mandou uma bola à barra).
O destaque aqui vai para Hassani. Um médio canhoto que alinhou como interior esquerdo no 4-3-3 em linha do Heracles, num primeiro momento, mas que na segunda parte se assumiu mais como médio ofensivo "vagabundo", visto que gosta de cair numa linha - de preferência a linha direita.
Com 21 anos, Hassani, contratado ao Sparta em Setembro'2013 por cerca de 264 mil €, revelou-se hábil com o pé esquerdo, no passe, no drible e no remate, pecando, ao cair na ala direita, por não ter habilidade para driblar com o direito; gosta de aparecer em zonas de finalização - marcou um golo de pé direito e fez mais 5 remates, um deles com grande perigo; em 60 toques na bola e perdeu-a apenas por uma vez (apesar de segurar a bola demasiado tempo), também fez 39 passes para uma eficácia de 79%.
Hassani é um jogador a acompanhar, pela sua idade, pela sua mobilidade táctica e, claramente, pela sua qualidade técnica que pode fazer rasgar defesas duras de rins e com espaços nas costas. No Heracles, com 22 jogos, 2 golos e 4 assistências esta temporada (em 1,279 minutos) está desacompanhado, precisa de competitividade e de uma equipa que lhe dê maior garantias defensivas para a sua criatividade ofensiva ganhar maior liberdade.

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29/03/2014

Darío Benedetto Vs Queretaro (Queretaro 2-1 Club Tijuana)



Remates de longe, garra e lances de um Futebol que pouco se prende à táctica e dá-se mais à técnica e ao espírito de sacrifício, característicos de todo o Futebol Latino. No Queretaro 2-1 Tijuana foi isso mesmo. Ricardo Jesus desbloqueou o jogo logo aos 14' com um golaço ao ângulo de pé esquerdo, para os caseiros. Darío Benedetto aproveitara uma má interpretação de Edgar Hernández (guarda-redes do Queretaro) para marcar mais um golaço desta partida e 6 minutos depois Ricardo Jesus faria o seu 2º golo e fazia o resultado final ainda na primeira parte, mas no Futebol o resultado não é tudo e foi claramente uma partida interessante. De onde saem jogadores interessantes: - nos caseiros - Ricardo Jesus já teve destaque aqui no espaço (a 20 de Junho de 2011 num Duque de Caxias 0-2 Ponte Preta); Willian estava a destacar-se, mas saiu lesionado aos 30'; nos forasteiros - Javier Guemez, fez dois tackles com a cabeça (imagine-se) e revelou alguma categoria no passe longo; Pellerano mandou uma bola ao poste e outra à barra e foi um dos elementos mais importantes no Tijuana, especialmente depois que Cesar Farías deixou o 3-4-2-1 e optou pelo 4-4-2 (a partir dos 60 minutos); e, claro, Darío Benedetto, uma máquina no ataque dos Xolos.
E é de Benedetto, 23 anos, que se vai dar destaque. Um avançado (ou 2º avançado) com garra Argentina, veloz, forte e com poderio de choque (1,78m / 70kg), que se preocupou com a distribuição de jogo da sua equipa - mas só antes da alteração táctica (3-4-2-1 para 4-4-2), sendo o único "fixo" no ataque, contudo, era ele que recuava, tabelava ou segurava a bola, fazendo com que os outros 2 dianteiros entrassem a romper pelas alas ou em desmarcação em direcção à área adversária e usufruindo da sua qualidade de passe (curto ou longo). É de realçar que a partir do momento em que Ayovi entrou, aos 60' e com quem fez parceria a partir daí, Benedetto perdeu destaque e inclusive, o avançado Equatoriano "atrapalhou-o" em duas chances que podiam ter invertido o resultado.
O golo que marcou é um exemplo da sua potência de remate (o golão que marcou em 2013 ao Atlético Mineiro é outro), mas antes 1 minuto tivera uma hipótese de marcar, ao interceptar a bola a uma má saída do guardião adversário, mas já perto da linha de golo um defesa cortou o seu remate de longe e conseguido em rotação.
Darío Benedetto está no México desde Julho, depois do Tijuana ter pago cerca de 1,320€ milhões ao Arsenal de Sarandí, clube pelo qual se destacou em duas edições principais do campeonato Argentino e na Libertadores. Pelo Tijuana exibiu-se a alto nível nas duas mãos da semi-final da CONCACAF Champions League contra o LA Galaxy (de Donovan e Robbie Keane) com duas assistências e um golo, que ditaram a passagem à final (que será disputa a 2 de Abril contra o Cruz Azul), e ontem foi mais uma performance de confirmação de que há potencial a explorar.

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26/02/2014

Ricardo Goulart Vs Universidad (Cruzeiro 5-1 Universidad de Chile)


Um hat-trick na Copa dos Libertadores para um jogador Sul-Americano é como um hat-trick para qualquer jogador Europeu, e, também, tanto na competição da CONMEBOL como na da UEFA, não é qualquer um que o consegue. Ricardo Goulart, 22 anos, foi capaz dessa proeza na goleada do Cruzeiro sobre o Universidad de Chile por 5-1 e ainda acrescentou uma assistência, claro está aliada à boa exibição, ao feito.
A alinhar mais descaído sobre a meia ala direita na primeira parte e mais centrado na segunda, Goulart foi encarregado de dar apoio ao único avançado, Moreno, no 4-2-3-1 de Marcelo Oliveira e de dar liberdade à criatividade de Everton Ribeiro e à velocidade e classe de Dagoberto - seus companheiros no meio campo ofensivo. E, claro está, as manobras deste poderio ofensivo foram bem escudadas por Lucas Silva e Rodrigo Souza - que depois foram ajudados por Souza, que entrou na segunda parte.
O hat-trick de Goulart começou a ser desenhado aos 33' quando rompeu em diagonal para a área Chilena e empurrou a bola para a baliza de primeira depois de um grande passe a rasgar de Dagoberto; aos 42', canto da direita, Bruno Rodrigo desvia de cabeça e Goulart aparece ao segundo poste já sem marcação completando o lance com golo; o último dos três golos surgiu à passagem do minuto 85' aproveitou a confusão de um lance aéreo e sozinho na área dominou a bola e rematou para o fundo da baliza de Herrera, que em mancha, ainda toca na bola. Na primeira parte fez a assistência para o golo de peito de Dagoberto, centrando a bola para a área em rotação e de primeira, para o ainda 2-0. Lorenzetti marcou o golo do Universidad e Willian fechou a contagem nos 5-1 aos 90.
Ricardo Goulart é, por norma, um jogador que se sente mais confortável a jogar como meia (médio ofensivo). Contudo, na primeira vez que vi este jovem jogar, com apenas 17 anos no Santo André, jogava como interior/meia livre no 4-2-2-2 do Santo André e era liberto pela disponibilidade de Ricardo Conceição (que representa o Paraná actualmente). Agora, mais maduro joga numa equipa bem construída e tem a liberdade que o seu Futebol precisa para florescer no ataque e já por isso às vezes joga como avançado, posição que experimentou várias vezes na sua passagem pelo Internacional ou Goiás.
O Brasileiro que recebeu neste jogo o Bridgestone Jogador da Partida é um jogador de assumida qualidade técnica em drible, condução e controlo de bola ou no passe curto, recorrendo por vezes ao passe picado perto da área. É rápido com bola e na desmarcação, para além de saber ocupar os espaços para receber a bola - criação de linhas de passe.
Aos 22 anos pode brilhar no Futebol Brasileiro numa equipa com a estrutura do Cruzeiro e com uma equipa que seja muito consistente na retaguarda. As dúvidas e lacunas que pode levantar e mostrar quanto ao seu estilo de jogar quando hipoteticamente adaptado aos modelos de jogo da Europa são algo a considerar e penso que, pelo menos para já, deverá de ser crescido na ainda irreverente vivência do show dos relvados Brasileiros.

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22/01/2014

Rebobinar: Vedran Janjetovic Vs Newcastle Jets (Sydney FC 2-0 Newcastle Jets)


Data do encontro - 11 de Outubro'2013
Resultado final - Sydney FC 2-0 Newcastle Jets
Competição - A-League'2013/2014

Outras observações do jogador (com vídeo compilações incluídas)
Vedran Janjetovic Vs Wellington Phoenix - 7 de Agosto'2013

Vedran Janjetovic Vs Wellington Phoenix - 23 de Dezembro'2013



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19/01/2014

José Chastre Vs Benfica (Benfica 2-0 Leixões)



Pedro Correia, treinador do Leixões Sport Club, tem aproveitado a Taça da Liga para dar tempo de jogo a José Chastre, habitual suplente do veterano e experiente Jorge Baptista. Foi o caso com o SL Benfica, no Estádio da Luz, na derrota por 2-0 com os Encarnados, tal como tinha sido em outros 4 jogos para a competição.
José Chastre respondeu à oportunidade de mostrar do que é capaz num jogo que teve uma dimensão mediática maior do que qualquer jogo que possa fazer na Liga2. Aos 10 minutos uma cabeçada de Funes Mori obrigou-o a uma defesa atenta e de grau de dificuldade moderado, mas aos 24' foi quando deu o verdadeiro show ao defender bem um remate acrobático de Steven Vitória. Nos golos, não teve grandes hipóteses - foram dois golaços de Djuricic e Ivan Cavaleiro.
Na sua exibição deu para notar que é um guarda-redes com bom posicionamento na baliza e é comunicativo e tem presença - o seu bom posicionamento permitiu-lhe a tal defesa à cabeçada de Funes Mori, mas quando foi obrigado a fazer a parada da noite, parece algo mal colocado, contudo ainda foi a tempo de se corrigir com uma estirada que mandou a bola por cima da trave. Soube, também, parar com eficácia os remates de média distância que lhe foram dirigidos. É concentrado e revela alguma velocidade, tendo-lhe sido requerido sair da baliza para interceptar os últimos passes dos jogadores mais ofensivos do Benfica pelo chão. A sua saída aos cruzamentos, ou da baliza, foi algo que não foi possível avaliar concretamente dada a facilidade e comodidade que encontrou ao sair-se a 2/3 cruzamentos para a sua área, tal como não deu para analisar a qualidade da distribuição de bola no jogo de mãos, mas, revelou-se ineficaz no jogo de pés a longa distância - de todos os pontapés de baliza que efectuou, apenas dois chegaram à cabeça/pés dos seus companheiros de equipa.
Está no Estádio do Mar desde que saiu dos sub-15 do FC Porto, mas actualmente é suplente de Jorge Baptista, tendo estado no banco em 24 encontros esta temporada e o seu futuro gera expectativas no Leixões, pois entendem que o guarda-redes tem potencial para seguir uma boa carreira no clube que formou guardiões da estirpe de Tibi e Fonseca. Em Fevereiro, Chastre, 1,83m, vai fazer 21 anos e a margem de progressão está a olhos vistos e deve ser acompanhado.


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08/01/2014

Raúl García Vs Valencia (Valencia 1-1 Atlético Madrid)


Dois dias antes desta partida, Diego Simeone, treinador do Atlético Madrid, falava assim de Raúl García: "É um jogador importantíssimo para nós. É um dos nossos capitães e uma pessoa que é um exemplo a seguir. Muitos, creio, que não concordem, mas na primeira partida da Supertaça com o Barcelona não esteve sequer no banco e sempre demonstrou personalidade, trabalho, trabalho e trabalho e hoje vive um momento muito bom." E, num meio campo em que Koke é cada vez mais impulsionado pelos comentários da Imprensa e onde Gabi reina com a sua liderança e regularidade, surge Raúl García, que já prometera em 2008, mas quando Tiago chegou a Madrid, a sua vida mudou e entre exibições irregulares e poucos minutos em campo, foi emprestado ao clube que o formou, o Osasuna, onde realizou uma época prolífica, só ontem igualada (em números), cerca de dois anos depois.
Mas nesta temporada o trabalho de Raúl García tem sido mais apreciado e exibições como a de ontem contra o Valencia, na primeira mão dos Oitavos de Final da Copa del Rey, fazem justificar os elogios de Simeone, que ainda assim o fez sair do banco por nove vezes. Neste encontro, o Valencia foi mais dominante: na posse de bola (66%), teve mais remates (15, mais 6 que o Atlético) e mais cantos (13 - 8), contudo, a falta de objectividade e capacidade de decisão dos jogadores Valencianos deu aos Madrilenos a oportunidade de criar perigo das poucas vezes que foram à baliza de Guaita. Então, Raúl García fez o primeiro golo do encontro no seguimento de um canto, em que Guaita socou mal a bola, que sobrou para o médio Espanhol, que por sua vez só teve de cabecear a bola junto ao primeiro poste para uma baliza deserta; aos 93' foi feita um pouco de justiça e os Ché chegaram ao empate por intermédio de Hélder Postiga, depois de um jogada bem começada por Guardado e assistida por Feghouli, que teve impacto imediato quando foi posto em campo por Pizzi. Nesta partida, Raúl García, também superou o número de golos de David Villa (10), fazendo o seu 11º e 6º golo de cabeça na presente temporada.
Raúl García, actuando primeiramente sobre o lado direito do meio campo ofensivo em 4-4-2 (Koke do lado esquerdo, Gabi e Guilavogui mais defensivos e ao centro), fez uma exibição de alto nível naquela que foi a sua 250ª aparição com a camisola Rojiblanca (e 30º golo). Foi rei no jogo aéreo, ganhando 9 duelos deste tipo, teve sucesso em 2 "tackles" e em 2 intercepções e rematou por 3 vezes - um cabeceamento para golo e outro dos remates proporcionou a Guaita uma das defesas da noite (só superada por aquela que Courtois fez a remate de Canales). Na segunda parte, com a entrada de Arda Turan e saída de Guilavogui, assumiu-se como "vagabundo", deambulando com Arda Turan atrás de Diego Costa no 4-3-3.
Esta temporada foi fulcral também na campanha realizada na Fase de Grupos da Champions League. O Atlético foi imbatível nesse estágio da competição, ficando à frente de Zenit (6 pontos), FC Porto (5) e Austria Wien (5 pontos), com 16 pontos (apenas 1 empate). Realizou 5 jogos a titular, 1 como suplente, fez 3 golos e 3 assistências. Coleccionou o prémio de Melhor em Campo por duas ocasiões e certamente que os seguidores do FC Porto se lembram da sua exibição no Dragão (na qual mandou um cabeceamento à barra) e no Vicente Calderón Hélton não quis acreditar quando viu a bola entrar de um ângulo quase impossível.
Raúl García está com 27 anos e beneficiaria de um clube onde fosse titular indiscutível, tal como o seu companheiro de equipa (ex-SL Benfica e FC Porto) Cristian Rodriguez, mas para isso teria de recuar umas posições na tabela classificativa da Liga BBVA para encontrar maior preponderância a nível individual, isto porque para alcançar objectivos a nível colectivo está no sítio certo: no Atlético Madrid, de Diego Simeone, um sujeito emotivo e dado à motivação, que sabe mexer com o psicológico dos jogadores e espremer as melhores qualidades dos homens que fazem parte da sua equipa até à última... tal como faz com Raúl García Escudero.

Comentários sobre o jogador durante o jogo:
28'O jogo aéreo de Raúl García em evidência, num jogador que cabeceou 3 bolas ao ferro em 3 jogos na fase de grupos da Champions League.
33' - Grande e forte defesa de Guaita a remate de Raúl García numa jogada bem construída e distribuída por Diego Costa e Adrián.
45' - Filipe corta a bola a Fede, Gabi, mote para o contra-ataque, Raúl García em profundidade para Diego Costa que remata contra R Costa na área.
72' - Golo do Atlético! Raúl García faz Valencia 0-1 Atletico Madrid.
O golo foi conseguido após canto, Guaita sai mal, e deixa um jogador do Atletico cabecear, Raúl García surge, fora de jogo, e empurra 1-0.
Fim da partida: Destaques: Raúl García, Courtois, Guilavogui, João Pereira, Ricardo Costa, Parejo e Mathieu. Golos de R. Garcia e Helder Postiga. 1-1.
Raúl García, para mim, foi o melhor em campo. Marcou o golo e raramente falhou algum passe. Esteve bem colocado e ainda jogou bem pelo ar.

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03/01/2014

Awer Mabil Vs Sydney (Adelaide United 2-2 Sydney FC)


A história de Awer Mabil é daquelas que dava para enquadrar num filme. Sudanês, nasceu em Kakuma, Quénia, uma cidade que serve de campo de refugiados, maioritariamente Sudaneses desde 1992, e, a sua família não era diferente das outras pessoas que chegam a esta pequena cidade - fugiram da guerra no Sudão e ficaram à guarda da ONU que trazia "alimento de duas em duas semanas" segundo palavras de Mabil ao site AdelaideNow. Chegou em 2003 à Austrália, com os seus pais junto de três outros parentes.
Depois de muito tempo a inventar bolas de Futebol com garrafas de plástico ou lixo, colocando-as dentro de meias, teve a sua primeira experiência num clube de futebol em 2006. E a sua passagem no Futebol tem uma missão primordial: "A minha esperança é trazer o resto da minha família de África, que estão ainda no Quénia, especialmente a minha avó. Seria muito bom trazer a minha avó e espero que o Futebol me ajude nisso."
Awer Mabil, que joga sobre a ala esquerda, estava no banco no jogo realizado esta manhã, até Djite se lesionar aos 21'. Pouco depois o Adelaide United empatou a partida a um golo por intermédio de Fabio Ferreira, Português - ex-Sporting, Chelsea, Oldham, Esmoriz, Sertanense e Dulwich Hill. Aos 82', Corey Gameiro, por parte dos adversários, foi empatar a vantagem que Barker-Daish adquiriu aos 72 minutos de penalti, num golo que silenciou o grande ambiente criado nas bancadas e que deixou no ar um sentimento de injustiça pelo resultado: os caseiros foram superiores durante o jogo inteiro, mas quando o Sydney conseguia espaço para visar a baliza de Galekovic, faziam-se sentir perigosos, e foram, empatando a partida a duas bolas.
Mas o destaque aqui vai para Mabil. Lutador na vida e uma serpente em campo. É veloz e parte para o 1x1 contra o adversário, sendo explosivo no drible com as suas mudanças de velocidade. Contudo, tem as limitações de muitos jogadores jovens que não têm qualquer tipo de formação de qualificação maior: não sabe quando dar profundidade e criar espaço para a propensão do seu lateral, Michael Zullo (jogador emprestado pelo Utrecht) e portanto só tem a beneficiar com o tempo de jogo que vai adquirindo e do que Josep Gombau lhe pode ensinar, visto que o treinador Espanhol do Adelaide foi também treinador das camadas jovens do Barcelona de 2003 a 2009. É também um extremo que não defende (o que pode ser bastante prejudicial caso encontre um lateral ofensivo eficaz) e é bastante limitado ao pé direito, mesmo apesar de apresentar grande qualidade técnica com este - viu-se que em várias situações perdeu os lances por não ter confiança e qualidade no pé esquerdo, puxando quase sempre para o seu melhor pé na decisão do passe, cruzamento ou remate.
A chance que Awer Mabil tem de dar melhores condições à sua família é encarada como essencial pelo jovem (que ganha cerca de 40 mil $/ano) e certamente fará de tudo para não a desperdiçar - o que pode demonstrar que já terá alguma responsabilidade e maturidade. Para além disso, o seu talento também tem sido reconhecido: foi distinguido pela The Martyn Crook Foundation (uma associação que o descobriu e ajudou a estabilizar no Mundo do Futebol) e já foi o Jogador do Ano 2012/2013 na National Youth League Australiana... mas não nos esqueçamos que apenas fez o seu 15º jogo como profissional, repartidos por menos de 500 minutos em campo.

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Will Johnson - 2013, um ano de afirmação ao serviço dos Portland Timbers



O ano 2013 foi um ano em cheio para Will Johnson, médio defensivo/interior Canadiano dos Portland Timbers. Em números, traduz-se por: 5 assistências, 9 golos e 2 mil e 520 minutos jogados em 28 jogos.
Will Johnson já teve destaque aqui neste espaço, a 30 de Setembro 2013, após uma das suas grandes exibições, na vitória de Portland por 1-0 ante os LA Galaxy. A analise a essa perfomance encontra-se neste link. Basta clicar para perceber, em palavras, a qualidade daquele que foi nomeado o Melhor Jogador Canadiano do Ano 2013 e também daquele que consta da equipa do ano da MLS'2013.
Em vídeo, compilei agora os seus golos ao longo do ano, de maneira a dar uma análise mais completa sobre este jogador que pode ver o seu futuro passar pelo Futebol Europeu aos 26 anos. Tem atitude e qualidade para isso.


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